segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O valor do acolhimento

Oito semanas de vida. Foi com essa idade, que hoje aos 41 anos a ex-assistida da extinta Casa de Carolina, Suely Davis Purcell, foi adotada. Na última semana, Lily, como é chamada pela família, voltou pela primeira vez ao Recife depois da adoção. Ela veio acompanhada pelos seus pais adotivos, marido e filhos para conhecer a Casa da Madalena, onde trabalha a coordenadora Beth Queiroz, que na época era responsável pelo antigo abrigo.

Hoje, Lily mora em Indianápolis, nos Estados Unidos, com seu marido e os três filhos de 11, 13 e 14 anos. Muito emocionada durante a visita, ela revelou que sua vinda à cidade é uma espécie de volta ao passado. “Não tinha ideia como era a Casa. É um lugar com uma boa estrutura. Vejo que as pessoas que trabalham aqui são como uma família e têm um grande coração. Fico muito emocionada ao ver essas crianças e saber que já passei por isso”, falou.

Lily foi adotada pelo casal norte-americano Harlan e Jean Davis que na época trabalhavam no Recife e moravam no bairro de Boa Viagem. Ele era vice-cônsul do Consulado dos Estados Unidos e ela ensinava na Escola Americana do Recife. Segundo Harlan, por trabalhar viajando muito pelo país e pela America Latina, ficava comovido com a pobreza que via. Por isso, resolveu adotar um bebê “como forma de ajudar uma criança a ter um futuro melhor”.

O casal também revelou que Lily é um exemplo de esforço e dedicação. “Temos muito orgulho dela. É uma filha exemplar. Estudou em uma universidade onde tirava as maiores notas e foi laureada. Hoje em dia, trabalha no Banco América, um dos maiores dos Estados Unidos”, disse o casal, bastante orgulhoso da filha. Os pais de Lily também elogiaram o tratamento dado pelos funcionários da Casa da Madalena aos recém-nascidos e crianças. “Gostamos de ver a dedicação de todos aqui em prol desses meninos. Espero que essas crianças tenham a mesma oportunidade da nossa filha”, completaram.

A coordenadora da Casa da Madalena, Beth Queiroz, explicou que é comum as pessoas voltarem para conhecer suas origens. “Já vi muitas gente dizer por aí que os adotados não querem nem saber de onde saíram. Mas pelo ao contrário. Muitos voltam. Esse tipo de visita é bastante positiva, pois serve de exemplo para as crianças que se encontram aqui”, disse.

A Casa da Madalena funciona há seis anos e abriga atualmente 26 crianças. Pernambuco possui cerca de 230 acolhidos nas oito Casas de Acolhimento, que são mantidas pela Secretaria da Criança e da Juventude. 

Lily com sua família na Casa da Madalena


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