Entrevista >> Humberto Vasconcelos, juiz da Infância e Juventude do Recife, no Diario de Pernambuco desta sexta-feira (22).
O juiz Humberto Vasconcelos tem 17 anos de experiência na área da infância e juventude. Depois de um tempo afastado, voltou a ocupar a função de julgar adolescentes em conflito com a lei no Recife. Ele decide quem segue ou não para cumprir a medida em meio fechado na Funase. Para ele, não há modelo ideal que recupere se a família e o próprio adolescente não querem mudar.
Como o senhor analisa a atual situação das unidades fechadas da Funase? As equipes têm condições de recuperar os adolescentes em conflito com a lei?
Não há dúvidas de que é correto e apropriado dizer que a Funase não ressocializa. A estrutura precisa de severos investimentos para que a legislação, ou seja, o Estatuto da Criança e do Adolescente, seja cumprida. Mas a ressocialização não se faz apenas com boa estrutura das unidades de internação. Depende também da família e da comunidade. Não adianta o governo montar um modelo sem o aporte da família. É como colocar o filho na melhor escola e o menino não estar nem aí para os estudos e muito menos a família, que muitas vezes só faz o matricular.
Qual é o papel do interno?
Certa vez, ouvi de um gerente de uma dessas unidades em São Paulo que a ressocialização depende do interno. Não estou dizendo que concordo, mas apenas que é outra forma de enxergar o assunto. O adolescente tem que aproveitar as oportunidades pequenas e grandes que surgem na frente dele para mudar de vida.
Em que ponto de vista você acredita?
Concordo com as duas. A reforma individual é instransferível. Você não faz nada por ninguém e ninguém faz nada por você. Você tem que aceitar que vai mudar, mas reconheço que o mecanismo que tem mais força nesse momento para essa mudança acontecer é a presença de uma família estruturada. O Estatuto da Criança e do Adolescente é um projeto de sociedade, como diria o professor Antônio Carlos Gomes da Costa.
O juiz Humberto Vasconcelos tem 17 anos de experiência na área da infância e juventude. Depois de um tempo afastado, voltou a ocupar a função de julgar adolescentes em conflito com a lei no Recife. Ele decide quem segue ou não para cumprir a medida em meio fechado na Funase. Para ele, não há modelo ideal que recupere se a família e o próprio adolescente não querem mudar.
Como o senhor analisa a atual situação das unidades fechadas da Funase? As equipes têm condições de recuperar os adolescentes em conflito com a lei?
Não há dúvidas de que é correto e apropriado dizer que a Funase não ressocializa. A estrutura precisa de severos investimentos para que a legislação, ou seja, o Estatuto da Criança e do Adolescente, seja cumprida. Mas a ressocialização não se faz apenas com boa estrutura das unidades de internação. Depende também da família e da comunidade. Não adianta o governo montar um modelo sem o aporte da família. É como colocar o filho na melhor escola e o menino não estar nem aí para os estudos e muito menos a família, que muitas vezes só faz o matricular.
Qual é o papel do interno?
Certa vez, ouvi de um gerente de uma dessas unidades em São Paulo que a ressocialização depende do interno. Não estou dizendo que concordo, mas apenas que é outra forma de enxergar o assunto. O adolescente tem que aproveitar as oportunidades pequenas e grandes que surgem na frente dele para mudar de vida.
Em que ponto de vista você acredita?
Concordo com as duas. A reforma individual é instransferível. Você não faz nada por ninguém e ninguém faz nada por você. Você tem que aceitar que vai mudar, mas reconheço que o mecanismo que tem mais força nesse momento para essa mudança acontecer é a presença de uma família estruturada. O Estatuto da Criança e do Adolescente é um projeto de sociedade, como diria o professor Antônio Carlos Gomes da Costa.
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