PESQUISA Levantamento mostra que, entre 1980 e 2010, mortes de pessoas de 0 a 19 anos por causas externas subiram 14,3%, de 27,9 casos por 100 mil habitantes para 31,9 por 100 mil
São Paulo - De um lado, avanços em pesquisas e investimentos em saúde nos últimos 30 anos reduziram os riscos de crianças e adolescentes morrerem de doenças e causas naturais no País. Entre 1980 e 2010, as mortes de pessoas entre 0 e 19 anos por esse motivos caíram 77%, de 387 casos por 100 mil pessoas para 88,5 por 100 mil. Do outro, o Brasil ficou mais violento para essa faixa da população. Os casos de crianças e adolescentes que morrem por causas externas homicídios, suicídios, acidentes de trânsito e de outros tipos , que somavam 27,9 casos por 100 mil habitantes em 1980, alcançaram 31,9 casos por 100 mil em 2010, aumento de 14,3%.
Em 30 anos, 55 crianças e adolescentes, em média, morreram diariamente por homicídios, suicídios e acidentes, suficiente para pôr o Brasil nos primeiros lugares no ranking de países mais violentos para esse grupo. É o quarto onde mais se mata e o 12º em vítimas de acidentes de trânsito. A piora no quadro de mortes por causas externas foi puxada pelos homicídios, que cresceram 346,4%. Em 1980, foram assassinadas 3,1 crianças e adolescentes em cada 100 mil, índice que alcançou 13,8 em 2010. Também aumentaram os suicídios (38%) e acidentes de trânsito (7%).
Os dados são do Mapa da Violência 2012 Crianças e Adolescentes do Brasil, estudo feito pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos e pela Flacso Brasil. Esses dados ajudam a revelar aspectos do Brasil que às vezes passam despercebidos. O fato de no País se matar 130 vezes mais crianças e adolescentes que no Egito revela que algo está errado, diz o pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador a pesquisa.
No caso dos acidentes de trânsito, o estudo revelou dados curiosos. Na última década, caíram as mortes entre crianças de 2 a 13 anos. Nos extremos, porém, tanto entre bebês de 0 a 1 ano quanto entre adolescentes de 14 a 19, aumentou o número de vítimas. Para os jovens, o aumento ocorreu principalmente devido ao crescimento do uso de motocicletas, que representaram 39% das mortes no trânsito.
O estudo também tentou identificar os atendimentos no Sistema Único de Saúde (SUS) de jovens e adolescentes vítimas de violência física e sexual. A fatia com maior quantidade de vítimas compreende crianças de 1 a 4 anos. Em 2011, foram atendidas 6.132 crianças e 1.607 jovens entre 15 e 19 anos vítimas de agressão. Ainda em 2011, 10.425 pessoas foram atendidas vítimas de violência sexual. Em 23% dos casos, pais e padrastos foram os responsáveis.
São Paulo - De um lado, avanços em pesquisas e investimentos em saúde nos últimos 30 anos reduziram os riscos de crianças e adolescentes morrerem de doenças e causas naturais no País. Entre 1980 e 2010, as mortes de pessoas entre 0 e 19 anos por esse motivos caíram 77%, de 387 casos por 100 mil pessoas para 88,5 por 100 mil. Do outro, o Brasil ficou mais violento para essa faixa da população. Os casos de crianças e adolescentes que morrem por causas externas homicídios, suicídios, acidentes de trânsito e de outros tipos , que somavam 27,9 casos por 100 mil habitantes em 1980, alcançaram 31,9 casos por 100 mil em 2010, aumento de 14,3%.
Em 30 anos, 55 crianças e adolescentes, em média, morreram diariamente por homicídios, suicídios e acidentes, suficiente para pôr o Brasil nos primeiros lugares no ranking de países mais violentos para esse grupo. É o quarto onde mais se mata e o 12º em vítimas de acidentes de trânsito. A piora no quadro de mortes por causas externas foi puxada pelos homicídios, que cresceram 346,4%. Em 1980, foram assassinadas 3,1 crianças e adolescentes em cada 100 mil, índice que alcançou 13,8 em 2010. Também aumentaram os suicídios (38%) e acidentes de trânsito (7%).
Os dados são do Mapa da Violência 2012 Crianças e Adolescentes do Brasil, estudo feito pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos e pela Flacso Brasil. Esses dados ajudam a revelar aspectos do Brasil que às vezes passam despercebidos. O fato de no País se matar 130 vezes mais crianças e adolescentes que no Egito revela que algo está errado, diz o pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador a pesquisa.
No caso dos acidentes de trânsito, o estudo revelou dados curiosos. Na última década, caíram as mortes entre crianças de 2 a 13 anos. Nos extremos, porém, tanto entre bebês de 0 a 1 ano quanto entre adolescentes de 14 a 19, aumentou o número de vítimas. Para os jovens, o aumento ocorreu principalmente devido ao crescimento do uso de motocicletas, que representaram 39% das mortes no trânsito.
O estudo também tentou identificar os atendimentos no Sistema Único de Saúde (SUS) de jovens e adolescentes vítimas de violência física e sexual. A fatia com maior quantidade de vítimas compreende crianças de 1 a 4 anos. Em 2011, foram atendidas 6.132 crianças e 1.607 jovens entre 15 e 19 anos vítimas de agressão. Ainda em 2011, 10.425 pessoas foram atendidas vítimas de violência sexual. Em 23% dos casos, pais e padrastos foram os responsáveis.
Fonte: Jornal do Commercio
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